terça-feira, 28 de outubro de 2008

Assaltos... bah!

lts

Hoje fui assaltado de novo. Levaram dinheiro. Claro que eu reagi até onde pude. Ainda vou morrer em um assalto, tenho certeza. Ou não.
Fiquei tão puto que pensei em desistir de tudo. Pensei que se, naquele instante, me perguntassem se eu era a favor de uma lei para matar todos os assaltantes qua andassem por aí, naquele instante, eu iria dizer que sim. Deu uma grande e extrema vontade de acabar com tudo, ou pior, de me feixar a mim mesmo, e viver só para mim. Mudança da realidade? Mundo melhor? Naquele momento eu quis ter uma arma, eu quis dar um tiro no meu assaltante.

Pensei no Raymond. Pensei em sua "vida", pensei no que ainda terei de escrever, e vou escrever! It's your history. Dirão para o Raymond, mas ele não compreenderá. De uma hora para outra eu fiquei calmo. Pensar no Raymond me deixou calmo. E é sério, eu estava tremendo de raiva, mal conseguir colocar a carteira no bolso. Raymond.... Raymond por um mundo melhor, jogos por um mundo melhor, histórias por um mundo melhor. Quando meus filhos vierem, um deles terá o nome de Raymond e outro terá o nome de Rilke. E se vier uma menina? Não virá. Meus dois filhos herdarão o meu legado. Eles virão.

Ezquizofrenias truando, não posso deixar de comentar o meu mais louco e sincero pensamento, quase um desejo. Queria ter um Gundam. E quando o tivesse eu iria voar por cima das nuvens e iria rasgar os céus com o seu brilho, ao lado das estrelas. E usaria do seu poder para mudar o mundo. Se eu tivesse um Gundam eu iria mudar o mundo.

Meu mais sincero e irreal desejo.

domingo, 19 de outubro de 2008

Geladeiras

Eis que quando eu me encontro em situação de grande dúvida, bloqueio criativo ou desespero em relação a alguma questão, algum problema que não sei resolver, algo que preciso escolher, quando preciso me lembrar onde coloquei os documentos ou quando tenho uma enorme necessidade de escrever embora não saiba o quê; vou-me até a cozinha e abro a porta da geladeira.
Pergunto-me quantas das pessoas que habitam esse planeta também repetem esse ato. E é incrível como ele se dá: quase que imperceptivelmente, quando menos espero, estou eu a olhar os conteúdos internos desse eletrodoméstico. É resultado de algum ímpeto, alguma tendência natural e iminente aos seres humanos de buscar para si a luz; a luz interior e cercada de mistério. Como saber se ela realmente apaga quando a porta está fechada?
Sim. Eu abro a porta da geladeira nos meus mais íntimos momentos de dúvida. Tenho certeza que muitas outras pessoas também o fazem. Abrir a porta da geladeira e contemplar seus conteúdos internos é um ato de criação! Quantas devem ter sido as obras de artes pintadas, esculpidas ou escritas que brotaram de uma geladeiração? Quantos planos estratégicos de batalhas, quantas teorias, quantos filósofos, generais e vigaristas não devem o seu sucesso ao ato de geladeirar? Que seria de Clarisse Lispector se não fosse essa criação humana? Até onde teriam ido Platão ou Aristóteles se eles tivessem uma geladeira em mãos?
Abrir a porta da geladeira move vinte e um músculos. Sim, eu sou a favor do uso de geladeiras nas academias de musculação. E haveria diversos pesos diferentes como “ovos”, “enlatados” e “carnes”. Exercita o bíceps, o tríceps e os ombros; e após terminar os exercícios, o musculando ainda pode pegar uma garrafinha de água ou mesmo colocar a sua própria garrafinha para gelar. Porque geladeiras fazem bem para o corpo e para a mente.
Deixo aqui o meu tributo a essa grande invenção humana, de suma importância para nossas vidas intelectuais e que, ainda por cima, conserva alimentos.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Er.... títulos

É engraçado as vezes como as coisas são. Sabe uma das coisas que sempre eu vejo e me desperta um sentimento bom? Cadernos antes de serem usados. São lindos em sua perfeição. São perfeitos por causa das páginas em branco, lisas, sem nenhuma dobra, sem nenhum amasso. Cadernos são algumas das coisas de mais perfeitos que existem no mundo. Mas pricinpalmente, para mim, os cadernos em branco. Eles são como prenuncios; prenuncios de que alguma coisa vai acontecer, de que algo vai nascer, vai ser criado. Ao olhar para as páginas em branco, eu não contemplo apenas um mero caderno, mas contemplo toda a grandeza que ainda não foi escrita, contemplo a esperança, sim, a esperança!; contemplo uma gestante, pronta para dar a luz, sem saber ainda se o produto do teu ventre será algo de bom ou ruim para o mundo, ou mesmo se ele não será nada, nada além de massa; mas que ainda assim se empenha na tarefa da criação. Como não ver esperança em cadernos em branco?

Tanto que um dia desses eu comprei um caderno. Ele tinha capa dura, cor vermelha, minha cor favorita. Não era o que eu queria, que era grosso, deveria quase duzentas folhas, talvez mais; mas serviu. Comprei o caderno por necessidade. Necessidade de comprar um caderno. Talvez, minha real necessidade fosse mesmo a de começar alguma coisa.

As primeiras linhas e riscos são sempre efetuadas com entusiasmo e com cuidado. As primeiras letras, geralmente são as mais bonitas. É como se fossem carregadas de esperança. Por isso, os primeiros riscos são sempre intimidadores. As primeiras palavras são como uma bênção. "Está nascendo". E eu escrevi na primeira página do meu mais novo caderno o seguinte:


Este caderno contém
delirios e fantasias de um
estudante


Se você o encontrar, favor, devolva para
Davi Vieira de Araujo
32784949/32733475/88364119
Davidvgsv@yahoo.com.br






E aproveite para ler
Olhaí os Lírios do Campo - Érico Verissímo
Vidas Secas - Graciliamo Ramos
Capitães de Areia - Jorge Amado
A hora da Estrela - Clarice Lispector
são otimas obras!


E pronto. É tudo que nele há escrito. Imaginei a princípio escrever sobre meus futuros jogos que nunca serão lançados, como o jogo do Raymond. Depois, achei banal e vulgar demais para o caderno vermelho, imaginei que ele merecia coisa melhor, que ele merecia algo que as outras pessoas gostassem de ler. E por isso as outras páginas dele estão em branco.
Algum dia eu sei que ele não mais estará em branco. Até lá, ele vai andar na minha mochila, se quiser vê-lo, é só pedir. E quando ele for riscado, deixará de ser um caderno em branco e se tornará imperfeito. Será este o meu presente para o caderno. Um toque de humanidade.

sábado, 11 de outubro de 2008

Raymond

Isso é um resumo fajuto. Ou quase isso.

A principio estão duas crianças invadindo uma propriedade. É quando o dono e o seu cachorro começam a procurar os invasores. Uma das crianças, a menina, corre e se esconde em cima de uma árvore, enquanto o menino, apavorado, se esconde no meio do mato. Então o dono da propriedade o encontra. Ele chora.

"Não vá embora Raymond!"

Escritório de Arquitetura. Raymond, estagiário, liga para um amigo, Leonardo, porque de novo teve o mesmo sonho. Estamos em 2008, 12 de Junho, dia dos namorados. É uma quinta. Raymond tem 23 anos. Reunião extra do projeto Olympus; Dois voluntários são necessários para rever as plantas da primeira parte. Raymond decide fazer hora extra com um funcionário mais importante: Caio.

Almoço. Raymond vai para a V Lanches, almoçar com Virgínia, sócia de lugar. Os dois são amigos de infância. Raymond já quis casar com Virgínia. Talvez ainda queira. Ambos já tiveram namorados e amores, mas nada que os prendessem por muito tempo. Virgínia convida Raymond para jantar com ela, mas ele diz que tem hora extra pra fazer.

De noite, Raymond e Caio começam a rever as plantas. Raymond encontra um erro no alicerce principal da estrutura primária do Edifício. Caio o parabeniza. E então se lembra que uma coisa chegou faz um tempo, uma encomenda para Raymond.Raymond abre o envelope: um diário antigo. Porém, ele está queimado. Não é possível ler nenhuma das suas páginas. Mas, como ele ficou queimado? Raymond abre em uma página, silencia. Caio percebe "O que está escrito aí, que você silênciou?". "Nada demais. Lembranças são apenas lembranças..." e ainda retruca ao fechar o diário e colocá-lo na gaveta, "E como se não bastassem os sonhos".

Já em casa, Raymond adormece e tem mais uma vez aquele sonho. Ele e Virgínia, entrando na propriedade, Raymond sendo pego chorando pelo proprietário. Aquela sensação de medo, como se o mundo fosse acabar. O rosto de Virgínia entre os galhos da árvore, o vendo sendo arrastado.

Raymond acorda com o telefone tocando. Virgínia está assustada, parece que tem alguém tentando entrar na casa dela. Virgínia chama Raymond, Ray manda ela chamar a polícia. Em instantes, ele chega. Abre o portão com a chave reserva (ele sabe do tijolo em falso na parede onde ela guarda a chave para caso de acidente, Virgínia confia muito em Raymond). Mas Ray não entra. A porta foi arrombada. Raymond pega um pedaço de ferro e entra lentamente e sem fazer barulho. É quando um vulto salta em cima de Raymond com uma faca de cozinha, bem amolada. Raymond luta com o agressor, que usa uma meia na cabeça. O agressor tenta fugir, pela porta dos fundos, e Ray o segue mas pára... pára ao ver da porta do quarto, o corpo de Virgínia sem vida jogada em cima da cama, sangue cobrindo os lençois.

Raymond cai de quatro no chão, enquanto o som das sirenes cobrem o ar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Com dois cubos de gelo, por favor.

Agora estou melhor formando meu Piratesein(ser-pirata). Ultimamente tenho pensado bastante em fenomenologia (e quando digo fenomenologia, me refiro à Husserl). Ontem mesmo eu quase cheguei a achar que eu vi uma Epoche. =X Culpa da Maria Aparecida, minha professora de Introdução à Filosofia, que me fez estudar fenomenologia e apresentar em sala de aula. Culpa do Tim Burtom que fez 'Nightmare Before Christimas', um filme que eu amo.

Estava pensando em escritos. Tipo, prova amanhã e eu só penso no Raymond da Virgínia. É mais fácil transformar a história/jogo dele em simplesmente uma história. Mas o meu medo é que ele perca o seu brilho ao se tornar uma história linear. Um jogo fundamentado na Teoria do Caos (ou Teoria da Complexividade, seu nome acadêmico), com várias possibilidades de ação e dezessete finais diferentes; reduzido a um romance linaer. Onde fica o Caos, a variação, a incerteza? Ou talvez eu só esteja dando um piti a mais pra me sentir mais sóbrio :D

Ou talvez o quê seja mesmo estar menos sóbrio. Talvez só assim eu fique mais solto. Ultimamente eu tenho me achado mais travado. Os motivos para tal mudança no meu comportamento são N. Não que eu tenha sido uma pessoa muito energética, mas acho que nunca fui tão frio como tenho estado às vezes nesses ultimos tempos. A única solução é a bebida? Então eu lembro de Psicologia Comunitária (Sim, ela!), e eu comparo a Bebida aos modelos de intervenção assistêncialistas que solucionam o problema temporáriamente, mas que com o seu fim cria uma condição de retorno ao problema, e assim, uma dependência ao agente interventor. O que eu procuro é algo que garanta a minha autonomia, ah, isso sim. Até porque o meu dinheiro não é lá essas coisas pra eu beber all days.

Agora, que me apropriei mais fortemente do meu Piratesein, me despeço no estilo Talk Like a Pirate:

Arrr!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Opressão

Me indago sobre a opressão, os oprimidos, os opressores, os seus reflexos psíquicos, o usuário pobre da rede pública. Amanhã eu vou apresentar o texto, mas eu não sei o que dizer. Me dá um pouco de angústia, mas não muita.
Hoje a aula do Felipe Jesuíno me deu esperança no meu futuro. Cara, ele não tava nem aí pra um monte de coisa e conseguiu ser alguém na vida, por que eu também não tenho esse direito? Mas eu nunca me preocupo mesmo, então, pelo menos ganhei alguma esperança. Acho que sei o que eu quero? Psicologia Comunitária. Devia dar o gás nela. Acho que darei mesmo. Acho que vou criar revoluções nela também - ou cisões, céus, nunca se sabe. E isso por que? Porque eu jogo video-game, e porque eu vejo coisas demais.
Quem nunca jogou Final Fantasy X(dez), por favor o faça ou assista. É lindo! O tema desse jogo, eu poderia descrever como sendo "A Juventude que sonha em um Mundo Melhor". Adoraria fazer jogos, até porque eu faria parte do movimento "Jogos por um mundo melhor e por uma juventude mais compromissada". Parece piada. Não? Nhém? Nem.

Enfim, gosto de me afogar nos Strokes.

Meu sono tá começando a me afetar. Vou ver a Opening da Season 2 do Gundam OO e vou dormir.

domingo, 5 de outubro de 2008

Liberdade

Hoje é dia de eleição. Mais um dos meus muitos dias sem sentido, pensei eu. Procurei o meu titulo de eleitor nas buchas pra poder chegar no CH a tempo de ir pra pesquisa com os Punks. Se o meu tiver alguma salvação, ela virá dos punks, pensei eu. Fiquei indignado por ser obrigado a votar. Que tipo de democracia é essa, em que você é obrigado a escolher, mas que não pode por livre vontade não escolher?
Eles usam o argumento de que nossos pais lutaram na ditadura por esse direito e que nós não podemos jogar essa luta fora; mas cara, nossos pais e avós lutaram contra a ditadura por liberdade, e hoje em dia tiraram a nossa liberdade e implataram uma outra ditadura: a do voto. Eles nos obrigam a escolher nossos representantes, dentre opções que nos são dadas e nós somos manipulados porque enfim, votar é obrigado. E o pior de tudo é que se os politicos são corruptos, se nossos representantes não fazem nada; a culpa é jogada em cima do povo porque este "não soube escolher em quem votar". Ora!!!

Enfim, o punks salvaram o meu dia.
Acho que posso vir a me tornar punk. Algum dia. Sei lá.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

C'est La vie

Escrevo porque escrever me faz bem. Ou quase. Só sei que está no sangue, mas não desde o nascimento. Aprendi a escrever, e isso se deu de uma forma tão forte que entrou e começou a circular junto ao meu sangue; e da mesma forma que os orgãos precisam do oxigênio do sangue para sobreviver, eu preciso do oxigênio da escrita para viver.
E já começo dizendo: Existe diferença entre viver e sobreviver. Sempre soube. Ou talvez nem sempre. Ou talvez...
O meu quinto blog. Por que não levar as coisas até o fim? Me lembrei do Zyg, ou, como as pessoas o chamam, Bauman; Zygmunt Bauman: A vida nessa sociedade líquida é uma série de recomeços. Sim, ela vive de encerramentos e de novidades; as coisas, as relações mudam em uma velocidade impressionante, o que era ontem não importa mais tanto quanto o de hoje. A vida é líquida, fluida. E eu me sinto meio sei lá quando eu vejo que eu não sou muito diferente da "massa". Mas o que fazer se vivemos mergulhados nesse mundo e se a partir dele nos constituímos? Mas... não fazer nada?
E eu preciso terminar de ler "Vidas Secas e Olhai os Lírios do Campo". Graciliano e Érico. Isso me lembra do que eu esqueci que queria contar: Já terminei um livro. Um livro onde contei alguns dos amores da minha vida: Tito, Eduardo, Marden, Fabio... Céus, espero que pessoas estranhas e perigosas não leiam isso daqui. Na verdade, tenho três livros, mas é como se poesia não contasse. Então, no fundo no fundo, eu só tenho um livro de 63 páginas com a Letra Time News Roman 10 do Word. Algumas pessoas dizem que eu posso ganhar Fários fários fários dinheiros com esse livro mas... ganhar dinheiro com a escrita? Isso me deixa em dúvida. Quando for publicar, será algo tímido, uma capa pouco chamativa e sem nome nem resumo no verso do livro (odeio-os de coração).
Tirei cinco em fisiologia. Arrasei!!! Se continuar assim eu consigo entrar na AF.
E o quê mais? Descobri que eu não sei. Não sei o que é ser pirata no final das contas. E o melhor é que eu nem pensei (muito) em me enquadar no movimento pirata (que tem até livros publicados, ainda lerei algum). Eu estava criando o meu próprio ser pirata mas.... rerrerre, acho que não fiz o dever de casa direito. E eu ainda preciso ler o texto do Usuário Pobre pra apresentar hoje na abertura do grupo de estudos que eu fundei com a Marília. Quando ela voltar, ela não vai gostar se eu não fizer isso direito.
E o nome do meu navio é Decerto. E eu tenho cinco sabres. Mas isso eu digo bem baixinho; as pessoas escutaram e não lhes chegarão à consciência. No final das contas terei me apresentado. Termino dizendo "C'est la Vie", que em Alemão quer dizer "Nadar de bruços". Dizem.