segunda-feira, 18 de maio de 2009

Meu Peito

Por amor eu praticamente o empurrei nos braços de outra pessoa.
Foi por amor, e prova maior de amor do que o que eu fiz, é dificil de se encontrar entre os homens.
Eu fiz isso por quê? Porque eu realmente prefiro que ele seja feliz do que estando comigo. Eu abri mão desse pouco que fazia a nós três mal, para que os dois ficassem bem, mesmo com o meu coração ainda doendo um pouco.
Eu invento motivos para me fazer acreditar que eu fiz isso por mim mesmo, mas na verdade eu fiz isso por ele. Eu pensei nele.
Mas o meu amor é assim mesmo. O meu amor é doação e não troca.

Eu apaguei seu número do meu celular, mas eu ainda sei cada dígito dele decorado.
Mas me consola um pouco saber que você sorri. Mas é porque eu sei que você sorri que eu choro, pois é tão obvio que você ri com ele. E por mais que eu suporte a idéia não me aguenta ver ou ouvir falar, e eu sei que as pessoas me falam dessas coisas sem querer.

O meu coração suporta demais as vezes.
Eu me sacrifiquei por amor como poucas pessoas fariam.
Eu coloquei o amor na frente da paixão como ninguém faz.
Eu sei que ele não merece, por todas as lágrimas que eu derramei, sangue que sangrei,
por todo o comodismo que eu senti nele, por tudo.

Mas Jesus não viveu e não morreu por todos aqueles que não o mereciam?
Só que Jesus é um péssimo exemplo a ser seguido na sociedade em que vivemos
além dele carregar nas costas o peso de vários atos que ele não cometeu.

Com todo orgulho, eu cravei a ponta de um lâmina no meu coração por alguém que não merecia.
Por amor.
Eu devia me sentir feliz por ter feito esse sacrifício, eu devia me sentir feliz por ter dado essa prova, por ter essa atitude. Eu devia me sentir feliz pelo menos por ter saído dessa.
Mas não me sinto.
Quem disse que amar nos deixa felizes? Que ser forte nos faz felizes? Que sermos justos, corajosos ou coerêntes nos trás a felicidade.
Porém, eu faço como o Selvagem de Brave New World. Eu reclamo para mim o direito de ser infeliz.

E a minha única compensação nessa história, minha única é essa: eu fiz algo grande. Para além de mim mesmo.
Me mostra outro homem ou mulher seria capaz de fazer o que eu fiz por um homem ou uma mulher.

Era só o que eu queria compartilhar.
Estou infeliz. Mas com o rosto erguido.

Um comentário:

La Isla disse...

Lévinas te aplaudiria de pé!